Relato de caso no 48º Congresso Paranaense de Cardiologia

O Grupo Sirius esteve presente na edição 2022 do Congresso Paranaense de Cardiologia com o Dr. Jorge Henrique Yoscimoto Koroishi, que foi o responsável por apresentar o relato de caso: Avaliação do coração como fonte emboligênica em paciente com diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral Cardioembólico.

Dr. Jorge Henrique Yoscimoto Koroishi

O relato foi compartilhado em exclusividade com o Centro de Excelência. Acompanhe a seguir:

Histórico: Paciente M.B.S., feminino, 72 anos, com antecedente pessoal de hipertensão arterial sistêmica, apresentou quadro de acidente vascular cerebral isquêmico, com ressonância magnética de crânio sugestiva de etiologia cardoembólica. Realizou eletrocardiograma e Holter, ambos em ritmo sinusal. Realizado ecocardiograma transesofágico (ECO TE) com imagem ecogênica, móvel, aderida a parede atrial esquerda, adjacente ao apêndice atrial esquerdo. Iniciado anticoagulação com apixabana pensando como primeira hipótese diagnóstica trombo. Repetiu ECO TE após 6 meses, que mantinha imagem visualizada em exame prévio(a).

Encaminhada para centro de referência em cardiologia com proposta de reunião de Heart Team, pois apesar de anticoagulação, mantinha imagem. Complementamos com tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) para afastar doença oncológica. Repetido ECO TE para programação cirúrgica, e confirmada imagem de massa isogênica, móvel, de bordas irregulares medindo cerca de 7 mm, junto ao orifício de entrada do apêndice atrial esquerdo, no topo da crista lateral. Realizada cirurgia de ressecção de massa tumoral de aspecto macroscópico sugestivo de mixoma, com necessidade de ressecção de apêndice atrial esquerdo para margem de segurança.

Discussão: apesar de raros, os tumores cardíacos constituem importante componente da prática cardio-oncológica, e devem ser considerados como parte do diagnóstico diferencial de massas cardíacas. Outros diagnósticos possíveis são
classificação de massa intracardíaca são trombos, vegetações e alterações anatômicas. Tumores podem ser classificados como primários ou secundários (metástases), sendo estes mais comuns. Dentre os tumores primários, os benignos representam aproximadamente 90% dos casos. Independente da histologia, as consequências hemodinâmicas ou arritmogênicas são dependentes do tamanho e localização do tumor. Na última década, houve um aumento na incidência de tumores cardíacos, e parte desse aumento atribuído aos avanços das técnicas nos exames de imagem. Além da multimodalidade de exames com ecocardiograma transesofágico e 3D, ressonância magnética de coração, tomografia de coração e PET-CT, a história clínica, localização do tumor e idade são fatores determinantes para definição da etiologia da massa tumoral. O estudo anatomopatológico confirmou mixoma.

Conclusão: tumores cardíacos devem ser considerados como diagnóstico diferencial de massas intracardíacas. A multimodalidade de exames de imagem, associada a fatores clínicos, são determinantes para um diagnóstico etiológico mais precoce, e no caso relatado evitando novos eventos cardioembólicos.

Autores Koroishi JHYK1,2,3 , Sakamoto F. 1,3, Pinheiro J1,3, Galuban ACF1,3, Pires CRT1,3.
1-Hcor-Sociedade Beneficiente Síria
2-Curso de Pós-Graduação em Cardiologia da SBC/INC/INCA, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
3-Sirius Cardiologia
Referências bibliográficas: a-Guidelines for the Use of Echocardiography in the Evaluation of a Cardiac
Source of Embolism Muhamed Saric, MD, PhD, FASE; b- Tyebally S, Chen D, Bhattacharyya S, et al.
Cardiac Tumors. J Am Coll Cardiol CardioOnc. 2020 Jun, 2 (2) 293–
311. https://doi.org/10.1016/j.jaccao.2020.05.009

Invasive/Gore e Grupo Sirius realizam aula para especialistas em Vascular

Reconhecido pela inovação na área da saúde e por contar com parceiros renomados, o Grupo Sirius tem promovido encontros educativos para especialistas em diversas áreas da cardiologia. O último, realizado em agosto de 2022, foi sobre a área de Vascular e contou com a participação da Invasive/Gore, um dos principais fabricantes de dispositivos vasculares. 

Entre as apresentações, o Dr. Anderson Nadiak Bueno, coordenador do Vascular Center do Grupo Sirius, trouxe o panorama do aneurisma de aorta abdominal, reforçando o que é e os dados de alerta. 

Este tipo de aneurisma tem uma tendência familiar, sendo os homens os mais acometidos e a 13ª causa de óbito nos Estados Unidos. Se não realizar a cirurgia para os casos recomendados, as chances de morte em casa aumentam para 70 a 90%.  

Por ser assintomático, é recomendado realizar o teste clínico e os achados de exames, que são USG Abdominal, Doppler Aorta, Tomografia ou Ressonância de Abdômen e Screening, para ter o diagnóstico. 

Já o Dr. Stevan Krieger Martins, Diretor Cirurgião Cardiovascular do Grupo Sirius, reforçou a importância da Linha de Cuidados liderada pelos especialistas do Grupo e as Cirurgias Endovasculares.  

Ele apresentou os avanços cirúrgicos e quais são as técnicas e protocolos mais utilizados nos dias atuais, incluindo as próteses colocadas nos pacientes. 

Para finalizar, Fernanda Seabra, responsável pela linha de aorta da Gore, apresentou as evoluções em dispositivos da fabricante, que é muito mais do que uma empresa de dispositivos médicos, mas é uma empresa de tecnologia e engenharia para desenvolver materiais para a humanidade.  

Nos produtos médicos, a Gore vai além e busca inovar para ir além e com mais longevidade no que oferta ao mercado. Na área de Vascular, por exemplo, tem um amplo portfólio para atender todos os casos com a mesma qualidade e inteligência, apoiando pacientes e médicos.  

Importância da avaliação do Ecocardiograma 3D na perfuração da Valva Mitral

Pinheiro, J.A., Koroishi, J.H.Y., Galuban, A.C.F., Pires, C.R.T., Holanda, L.M., Galoro, V.G., Martins, S.K., Mendonça, F.C.C., Camargo, P.S., Bernardi, H.G.B.

     D.E.C.P., 56 anos, sexo masculino, com antecedentes pessoais de hipotireoidismo, dislipidemia, hepatopatia alcoólica, Linfoma não Hodgkin em 1985 tratado com quimioterapia e radioterapia e esplenectomizado. Pós operatório tardio de revascularização do miocárdio e duas angioplastias com stents prévios. Em 2020 foi submetido a um implante transcateter de valva aórtica (TAVI) e de marca-passo definitivo no pós operatório imediato. Paciente iniciou quadro de febre com duração aproximada de 20 dias, sem foco infeccioso aparente. Completou ciclos com antibioticoterapia, porém sem melhora. Devido a hemocultura com crescimento de enterococcus faecalis, indicado  ecocardiograma transesofágico (ETE) pela hipótese diagnóstica de endocardite infecciosa. ETE evidenciou endoprótese valvar em posição aórtica normofuncionante com discreto jato regurgitante central, valva mitral com dupla lesão valvar discreta e refluxo sistólico de grau moderado secundário a perfuração da região fibrosa mitro-aórtica, sendo interrogado uma possível fístula. Transferido para hospital de referência em cardiologia, e optado por realização de novo ETE com reconstrução 3D para melhor avaliação valvar, no qual, foi visualizado perfuração no folheto anterior da válvula mitral, gerando refluxo importante. Solicitado complementação diagnóstica com tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) para avaliar endocardite infecciosa em atividade, evidenciando hipermetabolismo glicolítico em prótese aórtica.

 

O ecocardiograma apresenta papel fundamental na avaliação etiológica da insuficiência mitral. As imagens obtidas pelo ETE permitem uma avaliação detalhada do aparato valvar mitral, com destaque para as imagens obtidas pelo modo tridimensional. No caso, a imagem 3D foi superior para visualizar a perfuração que não foi identificada no exame bidimensional, sendo possível uma definição precisa da localização e área da perfuração. E assim, contribuindo para o planejamento da correção da insuficiência. Neste caso, optado em reunião de Heart Team pelo explante da TAVI com implante de nova prótese biológica em posição aórtica e em posição mitral.

Ecocardiograma tem papel fundamental no diagnóstico de endocardite infecciosa e suas complicações mecânicas. O Eco 3D permite uma avaliação minuciosa do aparelho valvar mitral como demonstrado no caso.

Woman doctor shows a plastic model of the heart, close-up. Training material for a cardiologist, a surgeon's workplace

Manejo de Excelência na Insuficiência Valvar Mitral

INSUFICIÊNCIA MITRAL

A insuficiência mitral (IM) é uma doença particularmente desafiadora por sua complexidade anatômica e funcional. Suas diferentes etiologias (primária, secundária ou mista), natureza dinâmica e progressão insidiosa caracterizam a dificuldade em seu manejo.1

A revisão destes conceitos e o entendimento do quadro clínico permitem um tratamento preciso. Fortalecendo, assim, a relação médico-paciente nesta jornada.2

INSUFICIÊNCIA MITRAL PRIMÁRIA

É caracterizada por lesão primária de um ou mais componentes do aparelho da válvula mitral. A etiologia degenerativa (deficiência fibroelástica e Doença de Barlow) é mais frequente nos países ocidentais. Em países de baixa renda, a etiologia reumática é a causa frequente de insuficiência mitral.3

INSUFICIÊNCIA MITRAL SECUNDÁRIA

É caracterizada por folhetos valvares e cordas estruturalmente normais e a insuficiência resulta de um desequilíbrio entre as forças de fechamento e tracionamento, secundárias a alterações na geometria do ventrículo e/ou átrio esquerdo. É mais comum em cardiomiopatias dilatadas ou isquêmicas, também pode surgir como consequência do aumento do átrio esquerdo e dilatação do anel mitral em pacientes com fibrilação atrial de longa data, nos quais a fração de ejeção do ventrículo é, geralmente, normal e a dilatação menos pronunciada.3

INSUFICIÊNCIA MITRAL MISTA

É importante notar que a patologia mista pode ocorrer em uma IM primária que, se não tratada, pode resultar em dilatação/disfunção do ventrículo esquerdo. Outros exemplos incluem pacientes com IM secundária de longa duração devido a cardiopatia isquêmica ou fibrilação atrial que, subsequentemente, rompem uma corda, ou pacientes com prolapso de valva mitral que apresentam infarto do miocárdio ou desenvolvem cardiomiopatia por causa desconhecida e pacientes idosos com calcificações ou fendas nos folhetos.4

*FIGURA 1-MECANISMO PRIMÁRIO, SECUNDÁRIO E MISTO. Classificação de Carpentier 5

DIAGNÓSTICO

A primazia do diagnóstico se faz com a análise de sinais, sintomas e resultado do Ecodopplercardiograma que, por meio de medidas semiquantitativas (largura ou área da Vena Contracta) e quantitativas (área efetiva do orifício regurgitante, volume regurgitante e fração regurgitante), define sua gravidade hemodinâmica e a classificação (Classificação de Carpentier) em primária, secundária e mista, pois apresentam diferenças importantes em relação  à avaliação, conduta e prognóstico. 6, 7

Outros exames, como Ecocardiograma Transesofágico, Ecocardiograma sob Esforço Físico, Teste Cardiopulmonar, Ressonância Magnética Cardíaca, Cateterismo Cardíaco, podem ser úteis para rastrear assintomáticos e oligossintomáticos, ou piora da insuficiência valvar, ou elevação da pressão pulmonar, ou reserva contrátil ou remodelamento ventricular. 3, 4

TRATAMENTO

Aprovado pelo FDA desde 2013 (EVEREST; REALISM), o Reparo Transcateter da Valva Mitral (RTVM) na Insuficiência Primária encontra-se reservado para candidatos sintomáticos, Classe Funcional III e IV de NYHA com alto risco cirúrgico. 3, 4, 8, 9, 10, 11

Aprovado pelo FDA desde 2019 (COAPT) o Reparo Transcateter da Valva Mitral na Insuficiência Secundária encontra-se reservado para candidatos sintomáticos, fração de ejeção reduzida, diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo <70 mm e sintomas persistentes a despeito de otimização terapêutica e/ou terapia de ressincronização cardíaca. 4, 12, 13,14,15

Neste contexto e de grupos selecionados, o MitraClip™, da Abbott, é o primeiro dispositivo para RTVM, uma opção com resultados clínicos comprovados de segurança, melhora da qualidade de vida e sobrevida para tratamento minimamente invasivo da IM.

DISPOSITIVO

O MitraClip™ é um clipe com corpo de cromo cobalto revestido de poliéster e hastes para fixação de nitinol. Hoje, em sua quarta geração (MitraClip G4), aprovado em mais de 75 países e apoiado por resultados positivos robustos em estudos (EVEREST, REALISM e COAPT), alcança o coração por meio de veia periférica, dirigido por imagem ultrassonográfica, aproximando e fixando as bordas opostas dos folhetos (duplicando seu orifício), reduzindo a insuficiência, proporcionando aumento do débito cardíaco, reduzindo sintomas e melhorando a qualidade de vida. 4,16,17,18,19

 

*FIGURA 2-FLUXOGRAMA DO MANEJO DA IM – AHA/ACC Valve Guidelines 4

REFERÊNCIAS

1)- C. Tribouilloy, D. Rusinaru, F. Grigioni, et al.Long-term mortality associated with left ventricular dysfunction in mitral regurgitation due to flail leaflets: a multicenter analysis. Circ Cardiovasc Imaging, 7 (2014), pp. 363-370.

2)- J.C. Fang, P.T. O’Gara. The history and physical examination: an evidence-based approach. D.L. Mann, et al. (Eds.), Braunwald’s Heart Disease: a Textbook of Cardiovascular Medicine (10th edition), Elsevier/Saunders, Philadelphia, PA (2015), pp. 95-113.

3)- R.A. Nishimura, C.M. Otto, R.O. Bonow, et al. 2017 AHA/ACC focused update of the 2014 AHA/ACC guideline for the management of patients with valvular heart disease: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice GuidelinesJ Am Coll Cardiol, 70 (2017), pp. 252-289.

4)- Bonow RO et al. 2020 Focused Update of the 2017 ACC Expert Consensus Decision Pathway on the Management of Mitral Regurgitation: A Report of the American College of Cardiology Solution Set Oversight Committee. J Am Coll Cardiol. 2020 May 5;75(17):2236-2270.

5)- A. Carpentier. Cardiac valve surgery—the “French correction.” J Thorac Cardiovasc Surg, 86 (1983), pp. 323-337.

6)- W.A. Zoghbi, D. Adams, R.O. Bonow, et al. Recommendations for noninvasive evaluation of native valvular regurgitation: a report from the American Society of Echocardiography developed in collaboration with the Society for Cardiovascular Magnetic Resonance J Am Soc Echocardiogr, 30 (2017), pp. 303-371.

7)- P. Lancellotti, L. Moura, L.A. Pierard, et al. European Association of Echocardiography recommendations for the assessment of valvular regurgitation. Part 2: mitral and tricuspid regurgitation (native valve disease) Eur J Echocardiogr, 11 (2010), pp. 307-332.

8)- V. Badhwar, J.S. Rankin, X. He, et al. The Society of Thoracic Surgeons mitral repair/replacement composite score: a report of The Society of Thoracic Surgeons Quality Measurement Task Force Ann Thorac Surg, 101 (2016), pp. 2265-2271.

9)- T. Feldman, S. Kar, S. Elmariah, et al. Randomized comparison of percutaneous repair and surgery for mitral regurgitation: 5-year results of EVEREST II J Am Coll Cardiol, 66 (2015), pp. 2844-2854.

10)-D.D. Glower, S. Kar, A. Trento, et al. Percutaneous mitral valve repair for mitral regurgitation in high-risk patients: results of the EVEREST II study J Am Coll Cardiol, 64 (2014), pp. 172-181.

11)- A.K. Chhatriwalla, S. Vemulapalli, D.R. Holmes Jr., et al.Institutional experience with transcatheter mitral valve repair and clinical outcomes: insights from the TVT Registry J Am Coll Cardiol Intv, 12 (2019), pp. 1342-1352.

12)- O. Franzen, J. van der Heyden, S. Baldus, et al. MitraClip(R) therapy in patients with end-stage systolic heart failure Eur J Heart Fail, 13 (2011), pp. 569-576.

13)- J.F. Obadia, D. Messika-Zeitoun, G. Leurent, et al. Percutaneous repair or medical treatment for secondary mitral regurgitation N Engl J Med, 379 (2018), pp. 2297-2306.

14)- G.W. Stone, J. Lindenfeld, W.T. Abraham, et al. Transcatheter mitral-valve repair in patients with heart failure N Engl J Med, 379 (2018), pp. 2307-2318.

15)- B. Iung, X. Armoiry, A. Vahanian, et al. Percutaneous repair or medical treatment for secondary mitral regurgitation: outcomes at 2 years Eur J Heart Fail, 21 (2019), pp. 1619-1627.

16)- O. Alfieri, F. Maisano, M. De Bonis, et al. The double-orifice technique in mitral valve repair: a simple solution for complex problems J Thorac Cardiovasc Surg, 122 (2001), pp. 674-681.

17)- F. Maisano, O. Franzen, S. Baldus, et al. Percutaneous mitral valve interventions in the real world: early and 1-year results from the ACCESS-EU, a prospective, multicenter, nonrandomized post-approval study of the MitraClip therapy in Europe J Am Coll Cardiol, 62 (2013), pp. 1052-1061.

18)- R.T. Hahn Transcatheter valve replacement and valve repair: review of procedures and intraprocedural echocardiographic imaging Circ Res, 119 (2016), pp. 341-356.

19)- R.O. Bonow, P.T. O’Gara, D.H. Adams, et al. 2019 AATS/ACC/SCAI/STS expert consensus systems of care document: operator and institutional recommendations and requirements for transcatheter mitral valve intervention: a joint report of the American Association for Thoracic Surgery, the American College of Cardiology, the Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, and the Society of Thoracic Surgeons J Am Coll Cardiol (2019 Dec 8).


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MITRACLIP NT CLIP DELIVERY SYSTEM- Registro ANVISA nº 80146502069

MitraClip G4 Clip Delivery System- Registro ANVISA nº 80146502330

MitraClip G4 Steerable Guide Catheter- Registro ANVISA nº 80146502329

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Conheça as principais doenças do coração 

*Dr. Jeffer de Morais, diretor de Cardiologia Clínica do Grupo Sirius 

Entre setembro de 2020 e setembro de 2021 cerca de 17,5 milhões de pessoas morreram em decorrência de doenças cardiovasculares. No Brasil, são cerca de 50 óbitos a cada 60 minutos pelo mesmo motivo. Uma constatação de um profissional da saúde: muitas dessas mortes poderiam facilmente ser evitadas por meio de um estilo de vida mais saudável. A realidade, no entanto, é outra: cada vez mais as pessoas estão deixando o cuidado de lado e prestando menos atenção em si mesmas. O texto de hoje é um alerta para que você, leitor, não seja mais um número dessa estatística.  

Conhecimento é poder e saber quais são as principais doenças cardiovasculares te dão as ferramentas de como evitá-las. A seguir conheça as cinco principais doenças que afetam o coração e o sistema cardiovascular: 

1- Hipertensão arterial 

“Pressão Alta” é o nome popular para a doença mais comum do coração. Pelo menos 1 bilhão de pessoas no mundo apresentam índices acima dos 130 x 80 mmHg, sendo consideradas hipertensas. Entre os sintomas estão tontura, visão embaçada e dores de cabeça, mas é preciso alertar que ela pode ser assintomática — daí a importância de exames preventivos. 

2- Infarto Agudo do Miocárdio 

O excesso de gordura não impede apenas a passagem da calça jeans nos quadris; pode impedir também que o sangue das artérias chegue ao coração, ocasionando o que popularmente conhecemos como Infarto. Uma alimentação rica em alimentos industrializados e ultraprocessados é o caminho certo para quem busca uma doença cardíaca. Se você não quer fazer parte desse time, aprenda a fazer boas escolhas alimentares.  

3- Insuficiência cardíaca 

O músculo cardíaco de alguns pacientes não tem força suficiente para fazer o sangue circular corretamente pelo organismo, comprometendo a oxigenação celular e a circulação do sangue. Como resultado o paciente sente mais falta de ar — mesmo em repouso e frequentemente apresenta inchaço nos membros inferiores. 

4- Arritmias cardíacas 

Um coração em repouso em um indivíduo saudável de 35 anos bate, em média, entre 60 e 100 vezes por minuto. Esse número é representado pela sigla bpm, ou seja, batimentos por minuto. No entanto, algumas pessoas mesmo em repouso podem estar acima ou até mesmo abaixo desse intervalo esperado.  

Quando o paciente tem até 60bpm é chamado bradicardia, ou seja, batimentos por minuto abaixo do considerado normal. Se está acima de 100bpm, além do intervalo máximo normal, dizemos que o indivíduo apresenta taquicardia. Os dois casos pedem acompanhamento profissional adequado. 

5- Endocardite 

O coração é formado por um tecido interno que pode sofrer com uma séria inflamação causada por fungos e bactérias, a chamada Endocardite. É preciso muita atenção inclusive à saúde bucal dos pacientes. Nossa boca é colônia de bactérias e quando um machucado permite que esses microorganismos circulem pela corrente sanguínea é preciso atenção aos sintomas caso eles se instalem no coração.  

A endocardite mesmo sendo uma doença bem séria tem tratamento, especialmente quando diagnosticada inicialmente. 

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Machine Learning: tecnologia aliada à medicina para promover ainda mais a saúde 

Não faz muito tempo que pensar em Inteligência Artificial parecia ser apenas uma realidade existente nos filmes de ficção científica. Mas a verdade é que essa tecnologia “invadiu” o mundo real e tem sido aliada em diferentes áreas, uma delas a Medicina.  

O termo “Machine Learning” já não é mais tão desconhecido, inclusive a muitos profissionais de saúde. Para quem ainda não teve contato com esse universo, ajudamos: “machine learning” é o nome dado para o desenvolvimento de softwares de aprendizagem que, uma vez carregado por dados, consegue fazer por si só a análise e interpretação do que foi apresentado. Uma combinação de base de dados e algoritmos cria um ambiente de forma que a máquina pode, sozinha, interpretar resultados e apresentar conclusões. Em alguns casos a ajuda humana é necessária, em outras as máquinas já operam com total independência. 

Se nos filmes de ficção a humanidade é rendida e escravizada pelas máquinas, em nossa realidade as temos como grandes aliadas, especialmente na Medicina. Na área de diagnósticos, por exemplo, usar a tecnologia Machine Learning permite uma triagem mais rápida – e muitas vezes mais precisa – o que pode facilitar os atendimentos emergenciais. E o impacto não é sentido apenas no andar mais rápido da fila de espera, mas na economia dos hospital e clínicas: o tempo de triagem impacta diretamente no número de pacientes atendidos por hora, por exemplo, o que representa certamente impacto nas finanças desses estabelecimentos. 

E não pense que somente a economia se beneficia do Machine Learning afinal, quando falamos em saúde o que importa é, em primeiro lugar, a vida. Com essa mesma tecnologia artificial é possível entender o comportamento de algumas doenças, permitindo avanços importantes com relação à prevenção e combate de alguns diagnósticos.  

Por isso, não se assuste se em algum hospital ou consultório médico você for apresentado a alguma tecnologia que trabalhe com Inteligência Artificial. Encare-a como mais uma ferramenta rumo à manutenção da saúde, prevenção de doenças e, mais do que isso, uma aliada ao seu profissional de saúde de confiança, este sim, não será substituído por máquina nenhuma já que, em Medicina – como em outras áreas da saúde – nada poderá substituir o atendimento humanizado.

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Saiba tudo sobre a Amiloidose

O nome complicado refere-se a um diagnóstico raro, mas que atinge cerca de 3 mil pessoas todos os anos somente nos Estados Unidos e que teve a primeira descrição na literatura médica há cerca de 200 anos. Alguns profissionais denominam de “doença”, enquanto outros preferem descrevê-la como uma “condição sistêmica”. Seja qual for a nomenclatura, a amiloidose tem como característica principal o acúmulo de proteínas anormais (amiloides), no corpo. Ao contrário das proteínas normais, elas são insolúveis e podem ser depositadas nos órgãos e tecidos. Os sintomas dependem dos órgãos afetados e podem incluir inchaço, fadiga, fraqueza, falta de ar, dormência e formigamento ou dor nas mãos ou nos pés, etc. Felizmente, cada vez mais tem-se descoberto sobre ela e, quando levada ao público, maiores são as chances de um diagnóstico ainda no início da doença. 

Quando há deposição das fibrilas proteicas no músculo cardíaco, temos a amiloidose cardíaca (também conhecida como síndrome do coração rígido), seu diagnóstico requer alto grau de expertise clínica para que seja feito de forma precoce, pois se não for tratada, pode evoluir de forma progressiva e letal. 

Importante informar que amiloidose não é contagiosa, ou seja, um paciente que é acometido pelo diagnóstico pode, e deve seguir a vida social naturalmente, sem medo de contaminar os demais. Dito isso, o alerta para o desenvolvimento da amiloidose fica para a hereditariedade (quando pessoas da mesma família já apresentaram o diagnóstico anteriormente), idade (a maioria dos casos acomete indivíduos acima de 50 anos), pacientes renais (especialmente aqueles que passaram por diálise prolongada), pacientes com diagnósticos de inflamações crônicas, como artrite e doença de Crohn, além de pacientes diagnosticados com Mieloma Múltiplo. Ao se identificar com esses grupos de riscos, faz-se necessário o controle preventivo a fim de detectar a amiloidose o mais cedo possível. 

As principais repercussões clínicas, que alertam para o diagnóstico, comprometem rins, pulmões e coração e são reconhecidas tardiamente, por isso apresentam pior evolução. 

Como muitas das doenças e condições raras, o diagnóstico da amiloidose pede investigação minuciosa em pacientes sintomáticos, especialmente porque os sintomas são — a princípio — semelhantes ao de tantos outros diagnósticos. Entre eles estão: 

● Perda de peso sem motivo aparente;

● Fadiga mesmo em repouso; 

● Falta de ar; 

● Inchaço nos membros inferiores; 

● Urina espumosa; 

● Formigamento nas mãos e/ou pés; 

● Constipação e diarreia de modo alternado; 

● Aumento da língua; 

● Formação de hematomas sem motivo aparente, especialmente ao redor dos olhos. 

As doenças amiloides são classificadas de acordo com o padrão e a extensão do depósito. Quanto ao padrão, podem ser divididas em adquiridas ou hereditárias. No que tange à extensão, os depósitos dessas proteínas anormais podem ser: localizada, com depósitos presentes em um único órgão ou sistêmica, quando afeta vários órgãos.  

Até o momento, foram identificadas 36 proteínas amiloidogênicas nos seres humanos, das quais 19 associam-se exclusivamente à doença localizada e 14 parecem estar consistentemente associadas amiloidose sistêmica. Curiosamente, pelo menos 3 tipos de proteínas podem ocorrer como depósitos localizados ou sistêmicos.  

O coração é comprometido em 50% dos casos de amiloidose, sendo que, dessas ocorrências, 5% são de forma localizada, ou seja, exclusivamente no sistema cardíaco, sem afetar outros órgãos. 

Os tipos mais comuns de amiloidose costumam ser definidos de acordo com suas proteínas precursoras. É válido ressaltar que a gravidade e a frequência do comprometimento cardíaco variam de acordo com as fibrilas depositadas na estrutura do coração. As mais encontradas na doença cardíaca são a transtirretina (TTR), que pode ser a hereditária ou senil; também chamada de selvagem e a imunoglobulina de cadeias leves (AL).  Assim, existem três tipos de  amiloidose cardíaca:  TTR selvagem, TTR hereditária e AL. 

A amiloidose cardíaca TTR senil é a mais frequente das três, especialmente em idosos e ocorre por anomalias no desdobramento e deposição da TTR, sem envolver mutação. A doença TTR hereditária, por outro lado, é uma doença genética com padrão autossômico dominante, sendo observada em pacientes mais jovens do que naqueles com a forma senil. 

Também chamada de primária, a amiloidose AL é a forma mais comum da doença sistêmica e está associada a um defeito na produção de imunoglobulina pelos plasmócitos. Pode ocorrer espontaneamente, mas é habitualmente associada a outros distúrbios sanguíneos, como mieloma múltiplo. 

O diagnóstico de amiloidose é baseado na demonstração histológica do depósito tecidual de amiloide por meio de coloração específica e é classicamente realizado pela coloração com vermelho-Congo, que, sob microscopia polarizada, apresenta uma birrefringência verde. Nem sempre as fibrilas amiloides são identificadas à microscopia eletrônica e, na verdade, seu achado isolado também não permite a confirmação diagnóstica. 

A biópsia deve ser preferencialmente realizada no órgão suspeito de infiltração amiloide, levando em consideração os riscos de complicações relacionadas a sangramento, a biópsia de reto ou de gordura subcutânea são as menos invasivas, com positividade de mais de 90% tanto nas formas primárias quanto secundárias. Outros sítios passíveis de biópsias são a gengiva e a medula óssea, que possuem sensibilidades de 80% e 50%, respectivamente. O uso de anticorpos dirigidos contra as proteínas fibrilares amiloides, por imunofluorescência e imunoperoxidase, pode facilitar a sua identificação. Porém, a positividade à imuno-histoquímica do amiloide não constitui método isolado de diagnóstico, havendo também a necessidade da confirmação pela coloração com vermelho-Congo. 

Mesmo rara, a amiloidose tem tratamento — especialmente quando descoberta ainda em fase inicial — consiste em controlar os sintomas que trazem mal-estar ao paciente e interromper a produção da proteína que causam a doença. 

Até o momento, a história natural da amiloidose sistêmica apresenta prognóstico e desfecho ruins, principalmente devido ao início tardio do tratamento. O reconhecimento precoce dessa doença, prevenindo o depósito de amiloide nos órgãos, é um dos fatores mais importantes para sua boa evolução. 

Os tratamentos disponíveis variam de acordo com a sintomatologia ou quadro clínico, a idade e até mesmo o tipo de proteína amiloide predominante. Drogas utilizadas na insuficiência cardíaca; uso de marca-passo nos distúrbios de condução; quimioterápicos para dissolução dos depósitos existentes e a redução da formação dos amiloides são opções nos casos de amiloidose cardíaca. 

É importante realizar o tratamento indicado pelo profissional de saúde não só para impedir maiores danos ao órgão ou sistemas afetados, mas também para promover mais qualidade de vida ao paciente.